Sala São Paulo pelo olhar de Floriana Bertini

“Sala São Paulo.
Oásis cultural.
Mãos calejadas
construiram coisas belas.
Gratidão.
Mãos habilidosas
acariciam instrumentos no palco
e fazem nossas memórias afetivas voarem alto.
Encantamento.
Mãos abertas, muitas, do lado de fora, suplicam dignidade em silêncio.
Qdo o silêncio quebra,
do lado de fora,
há violência e prantos.
Há cantos, tb,
por quase todos os cantos,
mas poucos ouvem.

A miséria empática me invade.

A música é linda.
Sinto fome, medo e frio.

A música é intensa.
Sinto falta de amor.

A música é sublime.
Não sou vista, não sou levada em conta. A ajuda não me alcança.

A música salva.
Mas as paredes são grossas.
Eu não consigo ouvir.

Sala São Paulo.
Mistura de sentimentos.
Gratidão, esperança, desesperança, medo, solidão, vontade, coragem, persistência.

Sou tão eles, os invisíveis.
São tão eu, os humanos.

Olho para as minhas mãos e sei q preciso de mais maos.

Sala São Paulo: inspiração.
Inspira-ação.

Vem me dar a mão?”

Floriana Bertini é médica cardiologista e coach em Saúde e Bem-estar, palestrante e autora dos livros Qualquerum e os Processos de Mudança (Edições Loyola, 2020) e Qualquerum em Tempos de Coronavírus (Ás Editorial, 2021).

No Jornal do Zendo Brasil, deste trimestre, você conhece mais sobre seu trabalho – clique aqui para ler.

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